sábado, 19 de junho de 2010

Participação popular - Conjuração Baiana

Conjuração Baiana

Texto da Internet:
A Conjuração Baiana foi uma revolta de caráter eminentemente popular, em que houve a participação de pequenos comerciantes, soldados, artesãos, alfaiates, escravos libertos, religiosos, intelectuais, setores populares e mulatos, caracterizando-se assim, como um dos primeiros movimentos populares da História do Brasil.
Foi fundada em Salvador a "Academia dos Renascidos", uma associação literária que discutia os ideais do iluminismo e os problemas sociais que afetavam a população. Essa associação tinha sido criada pela loja maçônica "Cavaleiros da Luz", da qual participavam nomes ilustres da região, como o doutor Cipriano Barata e o professor Francisco Muniz Barreto, entre outros. A conspiração para o movimento, surgiu com as discussões promovidas pela Academia dos Renascidos.
Entre as lideranças da Conjuração Baiana, destacaram-se os alfaiates João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira (este com apenas 18 anos de idade), além dos soldados Lucas Dantas e Luiz Gonzaga das Virgens, todos mulatos. Um outro destaque desse movimento foi a participação de mulheres negras, como as forras Ana Romana e Domingas Maria do Nascimento. Entre os pobres estavam: Inácio da Silva Pimentel, Romão Pinheiro, José Félix, Inácio Pires, Manuel José e Luiz de França Pires (ourives).
Inspirados nos ideais da Revolução Francesa - Liberdade, Fraternidade e Igualdade - Os revoltosos pregavam a libertação dos escravos, o fim do pacto colonial, a instauração de um governo democrático, além de instalação de uma República na Bahia. Tais idéias eram divulgadas sobretudo pelos escritos do soldado Luiz Gonzaga das Virgens e panfletos de Cipriano Barata, médico e filósofo.
Em 12 de agosto de 1798, os conspiradores colocaram nos muros da cidade e das igrejas, papéis manuscritos chamando a população à luta, proclamando ideais de Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Os panfletos pregavam um levante geral e a instalação de um governo democrático, livre e independente do poder metropolitano. Um dos panfletos dizia: "Animai-vos Povo baiense que está para chegar o tempo feliz da nossa Liberdade: o tempo em que todos seremos irmãos: o tempo em que todos seremos iguais." in: Afonso Ruy, "A primeira revolução social do Brasil"
Governava a Bahia nessa época (1788-1801) D. Fernando José de Portugal e Castro, que encarregou o coronel Alexandre Teotônio de Souza de surpreender os revoltosos. Com as delações, os principais líderes foram presos e o movimento, que não chegou a se concretizar, foi totalmente desarticulado. Durante a fase de repressão, centenas de pessoas foram denunciadas - militares, clérigos, funcionários públicos e pessoas de todas as classes sociais. Destas, 49 foram detidas, a maioria tendo procurando abjurar a sua participação, buscando demonstrar inocência. Mais de 30 foram presos e processados. Finalmente, no dia 8 de Novembro de 1799, procedeu-se à execução dos condenados à pena capital, por enforcamento, na seguinte ordem: soldado Lucas Dantas do Amorim Torres; aprendiz de alfaiate Manuel Faustino dos Santos Lira; soldado Luiz Gonzaga das Virgens; e mestre alfaiate João de Deus Nascimento. O quinto condenado à pena capital, o ourives Luís Pires, fugitivo, jamais foi localizado. Pela sentença, todos tiveram os seus nomes e memórias "malditos" até à 3a. geração. Os despojos dos executados foram expostos da seguinte forma:a cabeça de Lucas Dantas ficou espetada no Campo do Dique do Desterro; a de Manuel Faustino, no Cruzeiro de São Francisco; a de João de Deus, na Rua Direita do Palácio (atual Rua Chile); e a cabeça e as mãos de Luís Gonzaga ficaram pregadas na forca, levantada na Praça da Piedade, então a principal da cidade. Esses despojos ficaram à vista, para exemplo da população, por cinco dias. Os demais envolvidos foram condenados à pena de degredo, agravada com a determinação de ser sofrido na costa Ocidental da África, fora dos domínios de Portugal, o que equivalia à morte. Foram eles: José de Freitas Sacota e Romão Pinheiro, deixados em Acará, sob domínio holandês; Manuel de Santana em Aquito, então domínio dinamarquês; Inácio da Silva Pimentel, no Castelo da Mina, sob domínio holandês; Luís de França Pires em Cabo Corso; José Félix da Costa em Fortaleza do Moura; José do Sacramento em Comenda, sob domínio inglês. Cada um recebeu públicamente 500 chibatadas no Pelourinho, à época no Terreiro de Jesus, e foram depois conduzidos para assistir a execução dos sentenciados à pena capital. A estes degredados acrescentavam-se os nomes de: Pedro Leão de Aguilar Pantoja degredado no Presídio de Benguela por 10 anos; o escravo Cosme Damião Pereira Bastos, degredado por cinco anos em Angola; os escravos Inácio Pires e Manuel José de Vera Cruz, condenados a 500 chibatadas, ficando seus senhores obrigados a vendê-los para fora da Capitania da Bahia; José Raimundo Barata de Almeida, degredado para a ilha de Fernando de Noronha; os tenentes Hermógenes Francisco de Aguilar Pantoja e José Gomes de Oliveira Borges, permaneceram detidos por seis meses em Salvador; Cipriano Barata, detido a 19 de Setembro de 1798, solto em Janeiro de 1800. Já os elementos pertencentes à loja maçônica "Cavaleiros da Luz" foram absolvidos deixando clara que a pena pela condenação, correspondia à condição sócio-econômica e à origem racial dos condenados.

Autores: Desconhecido.
Fontes: http://www.historianet.com.br/ e http://www.wikipedia.org/

Texto pessoal sobre a Conjuração Baiana:

A Conjuração Baiana foi uma revolta popular, que houve a participação de alfaiates, soldados, pequenos comerciantes, artesãos, ex-escravos, intelectuais, religiosos, pessoas dos setores populares e mulatos.
Entre as lideranças da Conjuração Baiana, estavam os alfaiates João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira e os soldados Lucas Dantas e Luiz Gonzaga das Virgens e todos eram mulatos.
Influenciados pelos ideais da Revolução Francesa (liberdade, igualdade e fraternidade), os ideais da Conjuração Baiana era o fim do pacto colonial, a instauração de um governo democrático, a instalação de uma República na Bahia e o fim da escravidão.
No dia 8 de Novembro de 1799 (depois que o movimento foi descoberto e abortado), os líderes do movimento foram enforcados. Alguns participantes foram condenados à degredo. Todos que foram enforcados eram mulatos e pobres (alfaiates e soldados), isto deixava evidente que a pena pela condenação, correspondia à condição econômica, classe social e à origem racial dos condenados; quanto mais pobre fosse, a condenação era pior.

Autor: Sarah.
Postagem: Sarah.

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